sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Lembranças da Missão


Mais uma semana missionária passou, e trouxemos dela muitos sentimentos, amigos, aprendizado, fé e lembranças. Em 2012 fomos a Cotia e a comunidade Sagrado Coração de Jesus nos acolheu muito bem. Ouso dizer que a missão foi cumprida, tanto em relação à comunidade quanto em relação ao grupo.

A partir de hoje, cada missionário contará qual foi a experiência mais marcante durante essa semana. Começo por minhas lembranças. Além da grande quantidade de adventistas na comunidade, e da participação massiva da comunidade nas celebrações e bate-papos, uma história está firmemente colada em minha memória.


Em um belo dia, quando estávamos fazendo as bênçãos das casas, encontramos, eu e meu par, três crianças em frente a uma casa que estava passando por reformas. Passamos por elas para começar as bênçãos pelo fim da rua, e de casa em casa, chegamos àquela em que eles estavam. Num primeiro momento, pensei que estivessem brincando com a areia, mas a verdade era que eles estavam trabalhando. O trabalho era pesadíssimo: encher caixas de tinta, já vazias, claro, com areia e pedra, e descer até a reforma em si. Para chegar até lá, era necessário descer cerca de 40 degraus, sem exageros. Não havia corrimão e os degraus eram estreitos. Não abençoamos a casa, pois o dono era adventista, e quando estávamos saindo, nós convidamos os três para irem brincar conosco depois do almoço, e um deles me disse: “depois do trabalho acho que iremos”. Perguntei o quanto eles ganhavam para fazer aquele trabalho, e ele me disse “vinte reais, mais ou menos”.

Esse fato me deixou impressionado. Por estar em uma cidade diferente da minha, imaginei que as coisas fossem daquele jeito mesmo, e vi aquelas crianças como pequenos adultos que estavam trabalhando. Quando chegou a tarde os três apareceram para brincar conosco, e fiquei muito feliz por isso. Durante as brincadeiras, percebi que não eram pequenos adultos, e sim crianças, como devem ser. Vi a alegria no rosto de cada um e percebi que quando estavam trabalhando algo havia de errado. Não tinha nada de normal ou correto em vê-los trabalhar.

Depois disso, rezei por eles todos os dias, e ainda rezo para que tenham uma infância feliz, sem precisarem trabalhar, e muito menos pesadamente daquele jeito. As crianças sempre ficam marcadas em nossa memória de uma maneira forte, pois são as que mais encantam e que mais se entregam, e além desses três meninos muitas outras crianças ainda fazem parte das minhas orações e lembranças.

Fernando Luís Coghi

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