terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

“Leva-me aonde os homens, necessitem Tuas palavras, necessitem de força de viver”

Acho que essa frase resume bem o sentimento da missão. É muito complicado falar em apenas um momento marcante, visto que, ela inteira é.Posso citar dois momentos que realmente me deixaram bastante emocionado.


O primeiro foi logo que chegamos ao local da missão. Vimos que o espaço era muito reduzido e que não tínhamos nem geladeira. Mas a solicitude da comunidade era tanta, que um dos rapazes chamado Alex, junto com o Ricardo, também da comunidade, ofereceram emprestar a geladeira da casa deles para que não ficássemos sem. Fiquei pensando em como havia tanto desprendimento naqueles dois jovens... Eles mal nos conheciam e já estavam oferecendo o pouco do pouco que eles tinham. Para mim aquilo foi um sinal enorme de desprendimento e amor ao próximo. Também nesse dia fomos recebidos com um almoço, no qual vários jovens fizeram e cantaram uma música de boas-vindas para nós. Foi um momento único de acolhida que eu nunca tinha visto antes.

Outro momento marcante foi dar uma benção na casa de uma das meninas que sempre ia brincar conosco no oratório. Ao entrarmos na casa descobrimos que naquela semana devido a chuva, uma árvore caiu em cima da casa, destruindo metade dela. Mesmo com tantos problemas aquela garota possuía um sorriso e uma alegria de viver que não é possível descrever em palavras. E aquela mãe, que tinha tantos filhos e sem nem lugar para ficar. Percebo às vezes como reclamo da minha vida, e tantas pessoas com pouco, conseguem sempre tirar um sorriso verdadeiro para nos oferecer.


Para finalizar, eu saliento a união do grupo, apesar de ser um grupo reduzido. A força de Deus, e os dons dados pelo Espírito, foram suficientes para que a missão fosse realizada. Com orgulho de ter deixado muitos frutos na comunidade, como o oratório para as crianças, em que os jovens que participam da comunidade realizam brincadeiras todos os sábados à tarde.

Thiago R. de Carvalho

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Mais que Amigos


Conheci verdadeiramente os missionários que fazem parte do GAM nessa minha primeira missão e ganhei um grande presente deles, pois amadureci diante de Deus e descobri a grande importância de amizades saudáveis, cheias de amor e alegria para ser testemunha do amor de Jesus Cristo e levar a palavra Dele para as pessoas. Aprendi que quando nos unimos aos outros ficamos mais fortes para enfrentar dificuldades que surgissem durante a missão e ao mesmo tempo mais sensíveis aos sentimentos das pessoas e ao modo como elas vivem.


Em cada um dos missionários tive a graça de ver um pouco de Deus e o quanto cada um é importante com seus defeitos e suas qualidades. Durante a semana da missão foi muito gratificante observar todos se ajudando com atitudes ou palavras confortáveis, portanto, a união do grupo foi uma das coisas que mais me chamaram atenção, pois me senti muito acolhida por todos desde o primeiro momento. Às vezes não esperamos isso pela primeira vez, afinal eles já se conheciam e tinham um vínculo maior de amizade, porém eles foram muito atenciosos e me deram todo o apoio necessário para realizar essa linda missão e me fizeram acreditar que podemos sempre fazer mais pelos outros e para Deus.



Daniela Melo

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Lembranças da Missão


Mais uma semana missionária passou, e trouxemos dela muitos sentimentos, amigos, aprendizado, fé e lembranças. Em 2012 fomos a Cotia e a comunidade Sagrado Coração de Jesus nos acolheu muito bem. Ouso dizer que a missão foi cumprida, tanto em relação à comunidade quanto em relação ao grupo.

A partir de hoje, cada missionário contará qual foi a experiência mais marcante durante essa semana. Começo por minhas lembranças. Além da grande quantidade de adventistas na comunidade, e da participação massiva da comunidade nas celebrações e bate-papos, uma história está firmemente colada em minha memória.


Em um belo dia, quando estávamos fazendo as bênçãos das casas, encontramos, eu e meu par, três crianças em frente a uma casa que estava passando por reformas. Passamos por elas para começar as bênçãos pelo fim da rua, e de casa em casa, chegamos àquela em que eles estavam. Num primeiro momento, pensei que estivessem brincando com a areia, mas a verdade era que eles estavam trabalhando. O trabalho era pesadíssimo: encher caixas de tinta, já vazias, claro, com areia e pedra, e descer até a reforma em si. Para chegar até lá, era necessário descer cerca de 40 degraus, sem exageros. Não havia corrimão e os degraus eram estreitos. Não abençoamos a casa, pois o dono era adventista, e quando estávamos saindo, nós convidamos os três para irem brincar conosco depois do almoço, e um deles me disse: “depois do trabalho acho que iremos”. Perguntei o quanto eles ganhavam para fazer aquele trabalho, e ele me disse “vinte reais, mais ou menos”.

Esse fato me deixou impressionado. Por estar em uma cidade diferente da minha, imaginei que as coisas fossem daquele jeito mesmo, e vi aquelas crianças como pequenos adultos que estavam trabalhando. Quando chegou a tarde os três apareceram para brincar conosco, e fiquei muito feliz por isso. Durante as brincadeiras, percebi que não eram pequenos adultos, e sim crianças, como devem ser. Vi a alegria no rosto de cada um e percebi que quando estavam trabalhando algo havia de errado. Não tinha nada de normal ou correto em vê-los trabalhar.

Depois disso, rezei por eles todos os dias, e ainda rezo para que tenham uma infância feliz, sem precisarem trabalhar, e muito menos pesadamente daquele jeito. As crianças sempre ficam marcadas em nossa memória de uma maneira forte, pois são as que mais encantam e que mais se entregam, e além desses três meninos muitas outras crianças ainda fazem parte das minhas orações e lembranças.

Fernando Luís Coghi